terça-feira, 18 de março de 2008

Mil novecentos e sessenta e oito

Se as datas significassem o acúmulo de letras, e não de dias, 1.968 não seria quase nada. Não teria importância nenhuma. Mil novecentos e sessenta e oito caracteres preenchem pouco mais de meia lauda, se não contarmos os espaços. Meia página. Se fosse uma matéria jornalística, seria uma das pequenas. Num livro, serviria no máximo para a biografia resumida do autor.

Mas os calendários medem a passagem do tempo, e não a produção literária. E quando nos referimos a 1.968 d.C estamos deixando para trás mil novecentos e sessenta e oito anos, se tomarmos o nascimento do Cristo como ponto inicial. Multiplicando por 365, temos o número de dias. Por 24, de horas. Por 60, de minutos. Se a leitura deste texto tomou, até agora, um minuto, imagine só o quanto essa data não traz consigo. É muita coisa. E olhe que estamos fazendo vista grossa aos milhares de anos que antecederam o marco zero

Foi em 1.968 que as revoluções estudantis e proletárias tomaram conta de Paris e Praga, duas cidades imortais. E também foi nessa data que, no Brasil, o quinto ato institucional foi promulgado pela ditadura - colocando mais sangue na receita da opressão.

Este blog, dedicado a esse ano, vai abordar a conjuntura da época no que diz respeito à literatura. Vamos falar do que foi escrito e também do que deveria ter sido. Vamos poetizar em cima do tema, até que nos chamem de piegas. Vamos resenhar livros - alguns deles, não teremos lido por inteiro. Boa sorte para nós e para você também, leitor.

68Letras começa aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa sorte pra vocês!

Por livre e espontânea pressão (né, babuíno?), darei passadas periódicas por cá.

Beijos!

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.