quinta-feira, 10 de abril de 2008

O banco de Roberto Piva


Quarta-feira, 09.04. Como a maioria das pessoas que fazem este blog, estava me descabelando para conseguir terminar o trabalho de Jornalismo Cultural. O meu problema era maior, já que só faria a entrevista para minha pauta um dia antes da entrega, a noite.

Minha pauta é uma entrevista com Roberto Piva, ícone da poesia marginal dos anos 60. Para falar do ano de 68, nada melhor do que quem estava lá e participou.
Tinha combinado na última semana de fazer a entrevista por telefone, ontem no fim da tarde. A primeira impressão ao telefone foi ameaçadora, por isso resolvi não forçar uma entrevista pessoalmente.

Ontem, por volta das 14h10, liguei para ele para confirmar a entrevista a noite (fiquei com medo que ele tivesse esquecido). O senhor que me atendeu foi muito simpático, e achei que poderia tentar conversar pessoalmente.
- Ok. Estou indo andar um pouco na praça Buenos Aires, na Angélica. Agora são 14h20, né? Te encontro lá 15h10. Estarei no alto da praça, ao lado da estátua da mãe.

Tchau para o trabalho. Saio correndo numa avenida que não tem taxis e chego atrasada, obviamente.

Piva me espera sentado, com um livro na mão. Aquele que chama São Paulo de inútil, fala de orgias e chama Fidel de assassino parece um senhor comum. Mas não é.

- Vamos nos sentar no meu banco. Ele é energizado.
- Como assim?
- Você não sabe que há pontos mais energizados do que outros? A física explica. A energia daquele banco é melhor no outros.

Infelizmente tinha gente ocupando o banco. Voltamos para a companhia da mãe.

***
esqueleto da lua
o tempo
tambor tão frágil
vomitando a noite
***

A entrevista completa com Roberto Piva será publicada em breve.

Um comentário:

Anônimo disse...

Porque se fosse outra pessoa me contando isso, eu me surpreenderia.

 
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