Aí vai a resenha:
Pratica a caça de animais desde os doze anos, e, segundo ele, o contato com a morte age como fundamento para entender e valorizar a vida. Talvez por isso suas histórias tenham denominadores comuns, como a presença ou os vestígios da morte na vida, usando como suporte experiências pessoais do próprio autor.
Sobre suas histórias – e algumas se tornaram mais célebres como filmes -, Arriaga é autor de “Escuadrón Guillotina”, “Um dulce olor a muerte” e “El Búfalo de la Noche”, livro sobre o qual tratará este comentário.
Em “El Búfalo de la Noche”, Manuel Aguilera é um jovem ordinário de classe média da Cidade do México, mas poderia ser de São Paulo ou também de Buenos Aires. É independente e intempestivo, mas constantemente se vê em conflito com sua consciência. Seu bíceps esquerdo é riscado por cicatrizes, fruto do esforço de apagar uma tatuagem preterida, sob a forma de um búfalo.
Além da amizade, um coração une os dois amigos. Tânia fora namorada do jovem internado em clínicas psiquiátricas, mas agora ama o livre Manuel, sob o sentimento de culpa a traição. A garota é misteriosa, independente e cativante – tem o dom típico das mulheres, de conseguir o que quer à sua maneira.
É a história de um triângulo amoroso envolvido pela culpa e pela traição, sobre o drama psicológico da juventude, regado à irresponsabilidade e ciúme. Arriaga acertou ao descrever o comportamento de seus personagens de maneira profunda: ele cria referenciais, apresentando elementos do mundo real e, ao mesmo tempo, traz o enredo para os olhos do leitor. Em determinado ponto a ficção se confunde com os desejos de quem acompanha a historia, se vendo obrigado a torcer por este ou aquele desfecho.
O mexicano foi entrevistado pelo programa “Roda Viva” no dia 9 de julho do ano passado, e descreveu a literatura como umas das formas naturais de uma pessoa se vincular com o mundo. Para ele, o ato da leitura deve servir de instrumento para as pessoas se encontrarem com si mesmas, “um lugar onde elas devem se identificar com as histórias e seus personagens”.
A busca pelo envolvimento sentimental entre leitor e leitura parece ser a linha usada por Arriaga, e quando perguntado sobre o sentimento de escrever “El Búfalo de la Noche”, o autor respondeu: “Eu raramente choro na vida real, mas quando escrevia o “El Búfalo de la Noche”, me vi com a camiseta molhada e eram lágrimas. Estava chorando pelos meus personagens”.
Resta esperarmos até o mês de agosto, quando o autor estará na bienal do livro para conferirmos de perto a personalidade marcante do criador deste livro provocativo, capaz de tomar apenas um fôlego do leitor e prendê-lo por horas nas 248 páginas do universo paralelo de Manuel, Gregório e Tânia.
Um comentário:
zé, que doidera...
descobri esse blog sem querer, ai vi, lá, josé renato...
pois é...
é vc... descobri pelo email que o lenadro mandou! hauhauha
q doidera...
ass.: pedro (from espn)
Postar um comentário