terça-feira, 8 de abril de 2008

O amor de Zuenir

No final dessa semana, os leitores do blog conhecerão mais sobre Hélio Pellegrino e sua importância no ano de 1968, tanto ao Rio de Janeiro, quanto ao Brasil.

Enquanto isso, hoje conto de uma prova de amor de Zuenir Ventura. Hélio, como os leitores descobrirão, despertava um amor imenso e sincero em muitas figuras hoje mais conhecidas do que ele (infelizmente). Um bom exemplo é Nelson Rodrigues, que almoçava em sua casa todos os sábados, durante anos. Ruy Castro, seu biógrafo, afirma que Otto Lara Resende era o amigo que Nelson mais admirava e Hélio, o que ele mais amava.

Zuenir Ventura e Hélio se conheciam de vista, mas se tornaram realmente amigos quando estiveram presos durante alguns meses, entre o final de dezembro de 1968 e março de 69. Apesar de ser uma situação inusitada para o começo de uma amizade, foi o contato diário -- eles dividiam cela -- que os tornou tão próximos (literalmente falando).

Nos agradecimentos de 1968: O ano que não terminou, Zuenir conta que o livro não tem prefácio porque seria escrito por Hélio, a pessoa que mais o estimulou a realizar o projeto. Pouco antes de morrer, Hélio lembraria de que nos tempos em que estiveram na cadeia, Zuenir havia o presenteado com Cem anos de solidão com uma dedicatória que ele repetiria para 1968:


"A Hélio,
um homem aberto com quem eu me fecho"


Acho que a dedicatória já demonstra por si só o amor de Zuenir.

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